VIAGEM ESPACIO-TEMPORAL

(Soneto em verso hendecassilábico)

 

 

A Marte não posso subir, nem descer,

Conforme o sentido se entenda, no espaço,

Mas posso ir sonhando, se a Marte aprouver

Desvendar mistérios não dando um só passo.

 

Em Marte irei estando, enquanto puder,

Descansando um pouco deste meu cansaço

Porque, sem ter escolha, me deixei prender

Até que me imponham soltar-me do laço

 

A que fiquei presa, perdendo-me em Marte,

Na Terra, na Lua… ah, por toda a parte

Perdida de abraços, vivendo enlaçada

 

Por amor à vida, toda feita de arte

Que não sei exprimir-te, nem posso explicar-te,

Conquanto me encontre nela bem explicada.

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 01.09.2017 – 17.21h

 

(Reservados os direitos de autor)

Viagem espacio-temporal

SOLFEJOS – (fusas, semi-fusas e colcheias…)

 

Tombam-me as mãos doridas e confusas

Sobre as letras profusas que mal vejo

Se disso tenho ensejo… e tu recusas

As mesmas semi-fusas, que eu almejo…

 

Hei-de queixar-me ao Tejo que me acusas

De não cantar-lhe as musas, pois fraquejo!

Ah, sobra-me o desejo e, se te escusas,

Mais perco, em águas lusas, meu solfejo…

 

Alguma razão tens, pois vou falhando;

Os olhos vão errando, as mãos também,

E nada me sai bem… mas vou tentando!

 

Talvez tornando brando o que me vem

Das águas de ninguém, sem como ou quando,

Ainda que chorando, eu cante bem…

 

 

Maria João Brito de Sousa – 04.01.2017 – 17.40h

GLOSANDO MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XXXV

EIS, QUANDO SE DESEJA PAZ, AMOR

 

.Eis, quando se deseja paz, amor
Quando o mundo se encanta nessa espera
Quando se enchem os céus deste louvor
Num cenário de mágica quimera

Na rua, solto oculto anda o terror
Espiando disfarçado como fera
E aguardando o momento esse estupor
Cada vez nos ataques mais se esmera

Avança numa fúria arrebatada
Leva no olhar a morte já ditada
Faz valer ali mesmo o seu rancor

E devasta destrói mata inocentes!
São seres possuídos e dementes
Que fazem propagar no mundo a dor

MEA
2/01/2017

 

QUEBRANDO AS ALGEMAS…

“…Eis quando se deseja paz, amor”,

Igualdade, justiça e harmonia,

Desaba o mundo em nosso derredor

E impera a dura lei da mais-valia…

 

“Na rua, solto oculto anda o terror”;

Sobrevive-se ainda mais um dia

A tanto solto, oculto despudor,

Nas ruas duma Terra, assim, sombria?

 

“Avança numa fúria arrebatada”,

Numa ganância pouco humanizada,

Montado num ginete, o “Deus-dinheiro”

 

“E devasta destrói mata inocentes!”

É quebrar as grilhetas, minhas gentes,

Enquanto não domina o mundo inteiro!

 

 

Maria João Brito de Sousa – 03.01.2017 – 10.03h

SONETO A UMA LONGA, FEIA, FRIA E ESCURA TARDE DE CHUVA – Alegoria… e não só.

(Em decassílabo heróico)

 

 

 

 Pr`a quê cantar a jovem Primavera

Que me não traga, acesa, a claridade

Que emite, lá no alto, a rubra esfera

 

Assim que se ergue e brilha em liberdade?

 

 De que terá servido a longa espera

Se a chuva me roubar, pela metade,

Um céu que esconde um sol que mal tempera

Um dia que nasceu sem qualidade?

 

 E, sob intensa chuva, a tarde fria

De que hoje vou falar, nem sei porquê,

Faz crer que o próprio verso se arrepia

 

 Se, na estrofe final, disser que crê

Que mais depressa brilha um novo dia

Pr`a quem, no que se põe, tanto mal vê…

 

 

Maria João Brito de Sousa – 27.03.2014 – 17.37h

SONETO DE RÉDEA CURTA

(Em decassílabo heróico)

Sussurro ensimesmado, entristecido,
Ou grito enraivecido e revoltado,
Cada poema emite, ao ser traçado,
Um som que, antes de escrito, é sempre ouvido

E, se o poeta o prende, é desmentido,
Tudo o que quis dizer lhe foi negado
Ao negar-lhe as razões pr`a ser cantado
Que o fizeram nascer livre e sentido…

Se afirmo o que afirmei, digo a verdade
Que poderão tomar por má vontade
Contra quem me sugira mote e tema,

Porém só sei escrevê-lo em liberdade
E juro que não faço essa maldade
De impor tão curta rédea ao meu poema!

Maria João Brito de Sousa – 13.02.2014 – 19.30h

POEMA NOSSO DE CADA DIA

Sei-o só porque o sei e mais não digo
Que a estrofe, irredutível, se me impõe
Na estranha convicção que me propõe
E também na desculpa em que me abrigo…

Sei-o, tal, como a terra sabe o trigo
Nessa complexidade que o compõe,
Tal como a razão trai se pressupõe,
Em cada nova rima, um rasto antigo…

Sei-o de outro saber que é muito meu
A que chamo “poema” e se esqueceu
De se documentar, de ter razões

Mas, por mais que o descreva, apenas eu
Terei sentido o quanto me prendeu
Aos versos que me cobrem de ilusões…

 

Maria João Brito de Sousa – 21.02.2012 – 19.07h

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